Marlene Constantino

Cada pedacinhos de sonhos guardados, quando tocados renascem, voam como borboletas

Textos


AO SOM DAS CASTANHOLAS

Marlene Constantino

 

Vestiu meu corpo

com o negro das suas pupilas.

Atraída por seu vinho,

mergulhei em águas turvas...

E, quanto mais

eu me afogava em seu olhar,

mais me misturava com o sangue impuro.

Arraigada em sua bela prosa,

sentia ser

a própria senhora Emoção...

E ele, o dono do meu coração.

Me enfeitiçou,

ele me conquistou.

Quanto mais me olhava,

mais me fazia lamber, em cálices,

o doce veneno do prazer.

Homem dos mil e um pecados,

invadiu-me...

Numa saga louca, despiu-me...

Tocou-me...

Embriagada, quase cega,

dancei ao ritmo do seu frisson.

Nem me dei conta

de ser mais uma a cair nas artimanhas

do universo-paixão.

 

Marlene Constantino
Enviado por Marlene Constantino em 15/05/2025
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