FRAGMENTOS VIII
POR QUEM GRITA MEU CORAÇÃO?
Marlene Constantino - ^A^¤ Söl*®
No inverno minha poesia adormece sobre folhas secas,
sob a neblina, sentindo o beijo da chuva, exposta na noite
a lobos famintos.
Até que nasça o dia na claridade do sol, acorda, veste-se,
mistura-se ao perfume das laranjeiras, aprumada e
de asas abertas e como um pássaro tonto tenta entender
a razão deste canto.
E, eu digo: - Fique, não se vá, me espere lá adiante, não deixa
este meu sorriso morrer aí nas curvas do teu silêncio.
Este meu coração passará por tantas mãos, olhares e ouvidos,
mas ninguém saberá por quem grita esta minha canção.